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Arquitetos: Guedes Cruz Arquitectos
- Área: 9956 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Ricardo Oliveira Alves
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Fabricantes: panoramah!®, Dierre
Descrição enviada pela equipe de projeto. Portugal não é um país do mediterrâneo, mas o seu domínio pelos povos do sul, romanos e árabes, deixou-nos uma cultura e um estilo de vida meridional, onde existe equilíbrio entre a privacidade e a vida em sociedade.
O Complexo Social de Alcabideche é um equipamento promovido pela Fundação Social do Quadro Bancário de elevada qualidade urbana e paisagística que pretende ajudar a preencher uma lacuna no sistema de apoio à terceira idade.
Localizado na área metropolitana de Lisboa, vizinho de uma área urbana de gênese ilegal e de campos rurais, o complexo social de Alcabideche com um total aproximado de 10.000 m2 de área de construção pretende reconstituir um estilo de vida mediterrânico em que os espaços exteriores de ruas praças e jardins se constituem como o prolongamento da própria casa.
Neste projeto concluído em 2012, uma malha regular com modulação de 7,5m suporta uma estrutura construída de 52 casas e um edifício de apoio.
Como numa Medina as ruas de diferentes larguras são reservadas aos peões que se deslocam de dia na proteção das sombras dos volumes das casas e de noite orientadas pela luz que delas emana.
As coberturas translúcidas acendem ao fim do dia em grupos de 10, alternadamente, distribuídas pela área do complexo iluminando de forma subtil e regular, ruas praças e jardins.
Cria-se um ambiente calmo mas alegre que permite aos utentes circularem à noite sem preocupações nem constrangimentos entre as diferentes níveis e espaços do complexo.
As coberturas das unidades de alojamento tem outras funções. Em caso de urgência os utentes podem ativar um dispositivo de alarme que alerta a central de segurança localizada no edifício central e a luz da cobertura altera-se, a grande caixa branca passa a encarnada.
Finalmente o equilíbrio ambiental no interior das unidades de alojamento deve-se às capacidades de reflexão da caixa branca da cobertura e à eficiência térmica da almofada de ar, criada entre esta e a área habitável contida na base de concreto aparente.
O edifício central, dentro da mesma modelação e princípios, contem todos os serviços comuns necessários para manter um bom funcionamento e qualidade de vida.
A preocupação relativamente ao reaproveitamento de recursos naturais refletiu-se também na utilização da água de um nível freático subterrâneo, que surgiu quando da execução das fundações para rega das áreas ajardinadas e lavagem de ruas e caminhos de peões, contribuindo também para a redução dos custos de exploração do equipamento.